Por: Leandro Lopes e Renan Santos
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Se alguém ainda não tirou os cobertores mais "encorpados" do armário, parece que chegou a hora. Pelo menos é o que aponta o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet-UFPel). A semana promete "frio intenso", com temperaturas negativas e geada generalizada, começando já na terça-feira (14), inclusive na Região Sul.

Isso tudo, é claro, é culpa do avanço de uma massa de ar polar sobre o Rio Grande do Sul, que pode deixar o Estado "abaixo de zero". As temperaturas negativas poderão ser sentidas em vários municípios. De acordo com o boletim do CPPMet, na terça e na quarta-feira as temperaturas mínimas devem se aproximar de zero grau na maior parte do território gaúcho, com valores negativos na Campanha, na Zona Sul, na região central e também na Serra. Haverá ainda geada forte sobre boa parte do Estado.

O vento minuano - aquele mesmo! - vai acentuar ainda mais a sensação de frio na rua. No decorrer a semana, as máximas não devem ser superiores a 15ºC em boa parte do Rio Grande do Sul. “É muito comum estes fenômenos nessa época do ano. As temperaturas vão cair mais porque o centro deste sistema vai passar entre o Uruguai, Zona Sul e região da Campanha. Normalmente, ele passa mais ao centro do Estado e não é tão forte na região de Pelotas. Agora, é diferente. O núcleo do ar polar vai passar pelos municípios da metade sul”, afirma a meteorologista do MetSul, Estael Sias.

Entre os municípios da Região Sul, deve haver mínima de 0ºC em Pelotas e Camaquã. Em Jaguarão, os termômetros podem marcar até 1ºC negativo. Segundo Estael, Canguçu, Morro Redondo e Pinheiro Machado, que estão acima do nível do mar, devem apresentar as menores temperaturas, entre -2 e -4ºC. Rio Grande também irá congelar, mas os índices serão um pouco mais elevados, entre 1ºC e 2ºC, assim como Santa Vitória do Palmar.

Além do frio, geadas intensas estão previstas para acontecer nos municípios. Até mesmo no litoral gaúcho, onde não é comum este tipo de fenômeno. Para acontecer, a geada depende de alguns fatores climáticos. Ela precisa de um ambiente no qual o ar esteja muito seco e a umidade baixa, até por isso tem que ter céu claro, sem nuvens. Também é necessário que haja frio intenso, com temperaturas abaixo de 4ºC. “Esta temperatura de 4ºC é medida a 1,5 metro acima do solo. Se está nesta temperatura, no solo, o índice já é zero. Aí acontece a fase de transformação da água pro gelo, que é a geada. Vento calmo, frio intenso e céu claro são as três condições que proporcionam este fenômeno”, explica Estael.

Por estar em uma condição geográfica ao nível do mar, Pelotas deve registrar geadas entre a madrugada desta terça-feira e a manhã de quarta. Em outras cidades, em altitudes maiores, como Pinheiro Machado, Piratini e Canguçu, o fenômeno pode ser formado no começo da noite de terça.

As chuvas retornam ao Rio Grande do Sul na quinta-feira, mas em regiões mais distantes, como a Noroeste e a Serra. Na Metade Sul, a previsão é de chuva fraca e moderada.

O boletim especial

A previsão meteorológica especial está sendo realizada pelo órgão em função da pandemia de Covid-19. O trabalho de alunos e professores de graduação e pós-graduação da Faculdade de Meteorologia da UFPel traz sempre a previsão para a semana, aponta a tendência para o mês e o prognóstico climático da estação do ano.

O boletim está sendo atualizado uma vez por semana, sempre às segundas-feiras. É possível conferir o material no site do CPPMet.